Não sou gente grande o tempo todo, tenho medo de escuro,
de sombras que se esgueiram por de traz dos muros ,
do bicho amoitado no jardim,
Meu barco de papel desce na enxurrada ,
lambuzo os dedos com marmelada,
ás andorinhas revelo meus segredos,
Coleciono joaninhas na caixa de sapatos,
a tarde cai , finda o primeiro ato.
Na cena seguinte e obrigatória ,
sou um adulto frente ao noticiário.
O comentário é triste,
a visão é turva, o som é rouco.
O locutor insiste,
Frágil me curvo, e morro mais um pouco.
( Flora Figueiredo )
Livro Chão de vento
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